jueves, 4 de abril de 2019

ADENDA 1


ANNA APOLINÁRIO

ZARABATANA - 2016

POEMAS

-Con obras de Alfonso Peña (Costa Rica)-


(Logia ancestral / Alfonso Peña / Técnica mixta / 2019)


Kaluanã

sapiência
do canto rupestre
olhos pintados
com o rastro
da lira neolítica

terremoto
hiperquânticos tambores da língua

toda arqueologia do verso
escavado em minha pele
mapa ancestral da palavra

meu corpo: tocaia-território
grito urucum


epitáfio do grande guerreiro



Palimpsesto

o amor
e suas quelíceras

antianjo invertebrado

sob a égide dos vocábulos

aracnídeo
desloca-se

em minhas artérias





(Canto rupestre / Alfonso Peña / Técnica mixta / 2019)


Guilhotina

palavra é
arma branca
zarabatana
guelra, arpão
grito e rasgo, voragem

o verso é
sangue
beijando o chão



Breviário

a nebulosa do poeta passa no precipício do amor

um átomo metamórfico
lacera a íris do universo

eriça
o espinhaço do abismo

búfalo rutilante

estilhaçando a nuvem arterial



(Bebopper para Thelonius / Alfonso Peña / Técnica mixta / 2019)


Grimório

o amor cai dos livros
búzio sanguinolento

das páginas despenca,
cabalístico
causticando olhos,
coiceando lábios

aranha-oráculo
cavouca a carne do Impossível


Deserto

cântaro de vertigens
cordilheira de lábios
covil de espáduas

o corpo, afiado papiro
caligrafia volátil
de silêncio e neurotoxinas


eu caço escorpiões na epiderme 



(Um pedaço de rochedo junto ao mar...  / Alfonso Peña / Técnica mixta / 2019)


Lince

amor sulcado de cólera
energia escura das pedras

anjo e víscera
avança, destroça

a língua aguça
o corpo epilético
da selva

caninos celebram
áurea miséria da carne

buquê de carcaças


Talho

salamandras no cio
arranham
as ancas de minha esquizoidia

línguas negras de argila
os hematomas são drusas
ultrametistas
verso violáceo metamorfoseado
na carne de Carmen de Godard

sal, suor, sangue, gritos
agora eu cheiro a feromônio de raflésia

eis o início de um grande amor:

carniça



(Jam para Chano Pozo / Alfonso Peña / Técnica mixta / 2019)


30

o tempo, labirinto
faz da linguagem, asa
amor, vernáculo
ilícito
que o corpo guarda




Sendas


tocar
as formas do fogo

raptar
o relâmpago

tecer
no verso, a vertigem

amar
a palavra

em tua boca




SOBRE LA AUTORA:




ANNA APOLINARIO

En: https://www.divulgaescritor.com

Natural de João Pessoa, Paraíba. Poeta, pedagoga de la Universidad Federal de la Paraíba.
Publicó Solfejo de Eros (Poesía, 2010, Cámara Brasileña de Jóvenes Escritores – Río de Janeiro –RJ).

Tiene poemas publicados en diversas revistas literarias, como: Blecaute, Samizdat, Triplov (Portugal), Germina Litetatura, Mallarmargens, Polichinello, entre outras.

Actualmente trabaja en su segundo libro de poemas, y avanza en sus estudios sobre poesía infantil y educación.



SOBRE LA EDICIÓN:
Zarabatana, (Editora Patuá, 2016)




CORES FORTES EM CONTORNOS VAGOS
(Notas sobre ZARABATANA /  Por: Expedito Ferraz Júnior)

Descargue el texto completo en el siguiente enlace: